1 mes

Sobrevivemos ao primeiro mes das Armenias. Estamos cansados, sim, mas nada disto e o apocalipse que nos tinham agoirado inumeras Cassandras. Para já, recuperar de uma cesariana (nao havendo complicacoes) nao me parece nada por ai alem. A dor é chata mas aguenta-se e ao fim de uns dias ja e so uma impressao. Consigo andar desde primeiro dia e idas a casa de banho nao me deixam em lagrimas como me foi dito e redito tanta vez. Com tanto alarmismo, antes de elas nascerem, contratámos uma "doula" (pessoa que cuida de bebes) para vir cá a casa 2 vezes por semana durante as tres primeiras semanas. No inicio ajudou porque respondeu ao diluvio de perguntas que tinhamos, mas à terceira semana ja nao sabiamos o que fazer com ela entao pusémo-la de baby-sitter e fomos a piscina, a pedicure, ver o Harry Potter... Nao temos a casa de pantanas, nem fraldas e roupa de bébé pelos cantos. Nao temos uma pilha de roupa para lavar e nao andamos tipo zombies de pijama e mal lavados o dia todo. Vamos passear quase todos os dias, já fomos jantar fora (com elas assim cedinho), já nos revezamos para ir um tomar um copo com amigos a noite, já organizamos jantares e brunches ca em casa e hoje vamos fazer um passeio de carro pelo vale do Hudson para ver se elas gostam. Se a coisa correr bem, para a semana vamos todos passar uns dias a Washington DC. Nem acho que elas sejam particularmente fáceis de aturar. A Matilde é arraçada de suino porque está constantemente cagadinha tadinha, quase que é preciso dar-lhe banho a cada muda de fralda. A Léa é uma sofrega a comer que até faz aflicao: se uma pessoa nao controlar a coisa com cuidado, ela praticamente inala o leite e depois nao arrota e fica com solucos e acaba por vomitar metade para fora. Mas a verdade e que passam a maioria do tempo a dormir. Ajuda sermos dois e ajuda o facto de elas comerem por biberon (meio leite meu, meio leite em po), mas nao percebo o pessoal que ao minimo sinal de parto eminente enlista logo um exercito de ajudantes a tempo inteiro. Ter gente a volta para fazer companhia percebo, mas a necessidade de ter 500 pares de bracos prontos a arregacar as mangas, nao. A jovem com quem partilhei o quarto no hospital disse que ia ter a mae e a irma em casa o tempo todo e depois a irma e a sogra e isto para 1 bébé somente veja-se... Dada a completa falta de necessidade que temos de ter ajuda extra, já várias vezes nos perguntámos se estamos, sem querer, a dar cabo da saude e desenvolvimento das nossas filhas. O tempo dirá!


2 comentários:

Anónimo disse...

A diferença pode ser somente o facto de teres um pai para as tuas filhas a tempo inteiro e com predisposição e jeito para ajudar... de qualquer forma adorei ler esse balanço do primeiro mês!!! Que todos sejam assim ou melhores! beijinhos e saudades! J.

Mariana Duarte Silva disse...

Beeeem! Eu confesso-me cassandra agoirenta... Aviso toda a gente que o primeiro mês é uma aflição. Mas só porque para mim foi :D Ainda bem que não é assim para toda a gente! Eu não consegui fazer essas coisas todas. Se calhar o segredo é ter duas mesmo! :)))Que bom Fifi, ainda bem que corre tudo às mil maravilhas! Ainda bem que não houve blues pós parto nem nada disso. Assim é que é bom! Dá-me ideia que a saude e desenvolvimento das tuas filhas estão perfeitamente salvaguardados. Bjss