Porque é que cheguei ao potno de ter pena da minha chefe de escritório:

E uma académica especializada nas questões de "Género" (Gender), ou para simplicar: mulheres, que investigou questões de estatuto da mulher na sociedade, de relação homem-mulher, de percepção homem-mulher pelo prisma sociológico, psicológico, antropológico, económico, cultural, textual, natural, supra-natural etc... E veio parar a um sítio onde as mulheres querem acima de tudo não ser violadas quando têm que ir buscar água ou lenha. E onde ninguém, mas ninguém percebe ou se quer quer perceber a distinção conceptual entre género e sexo.

E uma expert em regulamentos e procedimentos do PNUD: contratar pessoal, gerir fundos do projecto através do famoso software Atlas, lançar appels d'offres para geradores de electricidade etc... E veio para a um sítio onde o responsável das finanças não sabe usar Atlas e é neste momento incapaz de dizer quanto dinheiro foi gasto e quanto dinheiro nos resta para o nosso projecto, onde só há um sítio para comprar geradores, e onde ninguém, mas ninguém respeita regras.

E alérgica a conservantes, farinha, nozes, leite, queijo, iogurte, natas, pó, picadas de aranhas, picadas de formigas, picadas de qualquer insecto voador e veio parar a um sítio no meio do deserto com tempestades de areia regulares, insectos em todo o lado, onde é practicamente impossível saber os ingredientes usados em qualquer prato culinário ou item alimentar.

E hiper-sensível ao calor e veio parar a um sítio onde estão 40 graus à noite e onde nem a electricdade de cidade nem o gerador aguentam ar condicionado por mais de 30 minutos.

Resultado, chegou neste momento ao ponto de:
- viver no escritório, onde o gerador aguenta ar condicionado
- não dormir mais de 3 ou 4h por noite
- desesperar os colegas de trabalho com tanta e tão inútil gíria de "género"
- deixar os coitados dos deslocados que têm que levar com a dita gíria de boca aberta de sono ou incredulidade
- tomar tantos anti-histaminicos que fica num estado de transe constante, olhos semi-cerrados, a enrolar a língua, e obcecada em convencer os miliatares da União Africana a darem-nos umas garrafas de whisky.

Eu já lhe disse que ela assim não sobrevive muito mais e que se calhar o que fazia melhor era voltar para Washington, para sua e nossa sanidade, mas ela não vai por mim!

1 comentário:

Mab disse...

Dá-lhe chá de tília; muito chá de tília!