2007

Voltei para o 2007 real, apos 16 espectaculares dias de 2007 idilico. Nao e que passar duas semanas com o principe na Tanzania nao seja real, mas e... outra coisa.

Cada vez que nos separamos choro. Em bancos rancosos de aeroporto. A porta do taxi. Ao balcao do check-in. No lugar 22E depois de mandar o ultimo sms saudoso antes de desligar o aparelho electronico que pode interferir com os instrumentos de navegacao. O aviao descola e forma-se um no na minha garganta ao pensar que se o aviao cair acabou tudo.

Costumava sentir-me bem em aeroportos. Pequena, invejava uma amiga francesa que nos vinha visitar regularmente, com malas a cheirar a querosene e frias do ar fresco da atmosfera. Mais tarde o aeroporto era a ligacao com a minha casa so minha em Paris, ou, em sentido contrario, com pais, irmaos e amigos que ja nao via ha meses. Fosse a ida ou a vinda, sentia sempre uma excitacao. Hoje so a ida e que me da picos de adrenalina. A volta e uma verdadeira torutra.

Ao fim de algumas horas no aviao, o no na garganta vai-se desfazendo. Entro num estado de resignacao. Sinto-me adormecida, no sentido epidermico da palavra. Trabalho normalmente e vivo normalmente, mas nao me sinto inteira quando o aviao aterra.

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