Adamastor em Khartoum


Estava ontem na esplanada do Cafe Universal,
como a cada fim de tarde acontece,
quando, estando descuidada a falar com outro comensal,
uma nuvem que os ares escurece
sobre nossas cabecas aparece.

Tao temerosa vinha e carregada,
que pos os estranjas paralisados,
e o Cafe numa enorme cagada,
lancando po e terra para todos os lados
acastanhando tudo, ate, la dentro, a banca dos gelados.

"Oh potestade (disse) sublimada:
que ameaco divino ou que segredo
este clima e esta areia nos apresenta
que mor coisa parece que tormenta?"

Mas nesse instante apanhei com um menu plastificado voador em cheio na bochecha que ate vi estrelas, que aquilo tem os cantos afiados e deixou marca, e tive que parar de introduzir a Louise, que gritava a tentar tapar o milkshake, a esse grande poema epico, que e Os Lusiadas.

2 comentários:

Anónimo disse...

que poema bonito! :)

Zorze disse...

Pipinha, chegam notícias ao Ocidente de que assinaram acordos de paz no Darfur. Tiveste alguma coisa a ver com isto?
Já te estou a ver no meio do deserto: "Ó fachavôre, tá a assinar o acordo de paz, se não levam todos um calduço".

Saúde!