Liberdade de expressao

A pala dos desenhitos que os jornais europeus andam a publicar tive que ficar reclusa em casa na sexta-feira.
Os jornais Europeus aplicaram-se a aticar o fogo, e o pessoal daqui reagiu disproporcionadamente, mas de forma, convenhamos, previsivel.

Sou sensivel aos direitos humanos e a liberdade de expressao, mas acho que os media Ocidentais se comportam, de vez em quando, como adolescentes rebeldes.
Nao critico tanto a primeira publicacao dos cartoons. Sim, penso que foi uma iniciativa lamentavel na medida em que assimilou o profeta aos terroristas e que demonstrou uma nao-sensibilidade (que nao quer dizer "insensibilidade") a iconoclastia da religiao muculmana. Mas nao penso que tenha sido feita com o intuito de provocar.

Critico, isso sim, a republicacao dos desenhos feita, cientemente, num contexto muito muito fragil, e ainda para mais com o intuito de impor uma liberdade de expressao que me parece absurda.

Pessoalmente, nao me revejo numa liberdade de expressao autista. E acho que isso mesmo que os jornalistas Europeus estao a ser: autistas.

6 comentários:

Anónimo disse...

hello! ainda bem que tas bem, andava aqui a fazer refresh na pagina a ver se havia novidades.

este pessoal é todo doido!! é a unica coisa que ultrapassa as religioes, é comum a toda a humanidade...

beijinhos! se puderes depois diz ai o nome de jornais mais lidos por aí para por no site.

pedro

Anónimo disse...

As-salamu-alaikum!

Não podia deixar de partilhar contigo a minha posição, de jornalista, claro, mas de defensora dos valores democráticos e dos direitos humanos, acima de tudo.
E resume-se a isto: só nas democracias verdadeiras os povos/países são capazes de se rirem de si próprios e de todos - todos, sem excepção - os valores que têm por mais sagrados.
Portanto, minha cara Filipa, sei bem que a liberdade de expressão não é um direito absoluto, mas não admito que a queiram amarrar à suposta ética de resposabilidade social que previamente deve nortear as acções de todos, bla, bla, muito subjectivo, ninguém faria mais nada na vida.
Os cartoons são isso mesmo: cartoons. Satirizam, ridicularizam, gozam, brincam, ferem. É isto uma democracia. Como dizia o António, esse grande cartoonista luso que fez-o-Papa-ter-um-preservativo no nariz: 'a Igreja Católica, no seu direito à indignação, fez um abaixo-assinado contra o meu cartoon. Respeito isso. Mas eu fiz o cartoon porque também me senti ofendido: a decisão da Igreja de condenar o preservativo, condenando à morte milhares de pessoas, ofende os meus valores.
A indignação faz parte das democracias, fá-las crescer. Não pode é ser manipulada politicamente, com fins muito duvidosos, nem ser usada para queimas sem sentido.

Salam!
Sofia

F. disse...

Ailakum Salam, Sofia!

Ja sabia que nao ias concordar com a minha opiniao. Lembra-me a nossa discussao a cerca do filme do Van Gogh, que vimos la em Veneza. Dito isto, os cartoons nao puseram perservativos no nariz de um imam, puseram-no no nariz do profeta, o que manda uma mensagem muito diferente.

Talvez tenha sempre tendencia a ver o mundo pelos olhos de quem o governa e a tentar pensar em que decisoes e atitudes poderiam ajudar a criar uma atmosfera de tolerancia e uma coabitacao harmoniosa.

Tu es uma pessoa revolucionaria, eu sou mais uma negociadora...

F. disse...

Ailakum Salam, Sofia!

Ja sabia que nao ias concordar com a minha opiniao. Lembra-me a nossa discussao a cerca do filme do Van Gogh, que vimos la em Veneza. Dito isto, os cartoons nao puseram perservativos no nariz de um imam, puseram-no no nariz do profeta, o que manda uma mensagem muito diferente.

Talvez tenha sempre tendencia a ver o mundo pelos olhos de quem o governa e a tentar pensar em que decisoes e atitudes poderiam ajudar a criar uma atmosfera de tolerancia e uma coabitacao harmoniosa.

Tu es uma pessoa revolucionaria, eu sou mais uma negociadora...

Anónimo disse...

Pelo menos os jornais europeus têm a liberdade de serem autistas (se é mesmo esse o teu ponto de vista). Eu vi os cartoons e já vi coisas mais controversas sobre Jesus Cristo, o Papa e até sobre o Criador (judáico-cristão, entenda-se).
Além disso, se não é possível representar o Profeta, porque dele não pode haver uma imagem que seja, como podem jurar ser ele e não outro?
O mau gosto até pode ser discutível mas não pode haver ódio por causa disso. Já há ódio a mais.
Roxa

Anónimo disse...

Só mais uma: o Herman acabou de passar na TV aquele mail que andou a circular em Dezembro em que um homem se faz passar por Jesus Cristo a cantar o "I will surive", da Gloria Gaynor, e de repente tira as vestes e fica em "cuecas" e com a coroa de espinhos, com um ar de drag queen que não te digo e trejeitos de mariquinhas, e enquanto conclui a frase "I will survive...", atravessa a estrada e é atropelado por um autocarro. Lembras-te (fez parte dos 5334 emails que trocámos em Bruxelas)? Imagina que era não o JC mas o Profeta... era o Alá nos acuda.
E no final o Herman diz "Ainda bem que a minha mãe se vai deitar cedo".
Roxa (outra vez)