Domingueiros Berlinenses



Ontem estavam 30 graus, então o Príncipe e eu fomos à praia.

A praia em Berlim é isto:

1) apanha-se sol à vontade, livremente naquilo que há 16 anos era um "no-man's land" entre os Muros de Leste e de Oeste;
2) contrariamente a Paris, há espaço para rebolar na areia caso apeteça;
3) as casas de banho são limpinhas e não há filas à porta;
4) a música é um espectaculo e não dá muito alto;
5) as pessoas conversam baixinho umas com as outras;
6) não há Coca-Cola, há Afrikola;
7) não há Limonade, há Bionade;
8) E vê-se o pôr do sol por detrás da Fernsehturm.

Certos sítios em Berlim parecem bocados de Paraíso. Não sei como é que eles fazem, mas tudo é agradável, simples, limpo, calmo, saudável.
Ninguém discute, ninguém diz palavrões, ninguém assedia as meninas em domingo solitário, os bébés exploram as redundezas livremente e se se espetam, levantam-se e continuam sem chorar, os casais gay mostram afecto como todos os outros casais sem que niguém, mas ninguém, à volta olhe para eles com um ar crítico ou de gozo.

Pode não ser assim no resto da Alemanha, mas em Berlim os seres humanos atingiram um grau de sofisticação, beleza e humanidade que não vi em mais lado nenhum até agora.

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