Cordas e ramos secos

O assassinato de Aslan Mashkadov mete-me nojo.

Leiam os textos do André Glucksman (vejam o Le Monde de 10/03/2005).
E sobretudo leiam os livros da Anna Politovskaia, uma jornalista russa que arrisca a vida com palavras.

Já o silêncio geral em relação à Tchetchénia era vergonhoso.
Na Tchetchénia, aldeões são regularmente amarrados uns contra os outros com cordas, como ramos secos.
Com uma bomba no meio.
Que a certa altura explode levando com ela esses homens, velhos, novos, e essas mulheres, velhas, novas.
Pouco importa.

Sem Aslan Mashkadov a Tchetchénia está entregue a extremistas que reforçam o sonho putiniano de ter uma guerra contra o terrorismo em sua própria casa. De fazer derogações aos mais fundamentais direitos individuais e colectivos cobrindo-se com o manto imundo da segurança nacional. Há gente para quem o caos e o sangue são prioridades.

Talvez uma corda à volta deles - presidentes, como dirigentes extremistas - e uma bomba no meio fosse uma boa solução, não fora isso reproduzir os actos desprezíveis dessa gente. E não fora isso fazê-los morrer da mesma maneira que tanta gente a quem seria imoral compará-los.

Por isso reproduzo-os não em actos mas em pensamento, com algumas variantes, correndo o risco que algum serviço secreto leia este blogue e me ponha numa qualquer lista de pessoas más por terem feito ou dito não se sabe ao certo quê.
E terei o maior orgulho em lá estar.

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