Pa!
Tou-me a passar com esta delegacao.
1) Nao ta ca ninguem. As pessoas com quem trabalho normalmente bazaram de ferias.
2) estou protanto eu com o chefe, que passou o ultimo mes e meio de ferias por isso ta a nora. Minha nossa senhora da Azoia! Vai pra reunioes e nao me diz nada, e depois, quando fica ao papel, vem-me pedir para escrever cenas e organizar cenas e quem se lixa e o mexilhao que tem que perceber em 10 minutos o que ele anda a discutir nas reunioes onde nao me leva.
3) Depois de eu fazer o que ele me pede, pensam que ele comeca a incluir-me mais nas reunioes e tal?... NAO! Tenho eu que andar atras dele, ainda por cima para o ver fazer figuras deprimentes.
Minha nossa senhora. Eh pa, a serio que eu nao devia tar a perder tempo neste sitio. Tou furiosa.
Direita: direito, reivindicação, nemesis política
Humana: ego, compaixão, imperfeição

A situacao das mulheres em pais muculmano e tragica.
Mas vou ser muito sincera: quando vejo uma jovem trajada assim na rua, a conversar com uma amiga, aparentemente relaxada e feliz, so me veem a cabeca perguntas triviais, como:
- Como e que ela se assoa?
- Como e que ela come?
- Como e que ela bebe?
- Se tiver mau halito, como e dentro daquele espaco fechado?
- Sera que a voz e diferente se ela tirar o veu da frente da boca?
- Onde e que ela encosta o telemovel, por dentro ou por fora?
- Sera que ouve bem atraves do veu?
- Com que frequencia e que ela lava o traje?
- Que lingerie e que condiz com aquele traje?
Nos dois meses que ja aqui passei, consegui responsta para algumas destas questoes. Por exemplo:
- Elas bebem por uma palhinha, pondo a garrafa por baixo do veu.
- Comem sem ver as maos, levando o garfo a boca por baixo do veu.
- No outro dia vi uma com o telemovel entalado entre o veu e a cara. Da jeito!
- No souq, a lingerie que se vende nas tendinhas e em cetim rosa chock com rendas. A cor pode variar, mas e esse o estilo que parece condizer com o traje.
Eu que ando com T-shirts justinhas e jeans cintura descaida depois ponho roupa interior de algodao branco sem enfeites.
O ponto comum e que ha algo que tanto eu como elas nao assumimos.
Esta semana estive de folga dois dias, derivado ao fim da estadia do principe no Sudao - snif - sobre a qual nao vou dissertar derivado a ficar muito deprimida pois, bem vistas as coisas, pro que este estagio esta a dar talvez o sacrificio nao valha a pena. Mas prontos. Fico por aqui.
Vai dai, abalamos para o deserto para ver uns calhaus dispostos em piramide a 3h de carro para nordeste de Khartoum.
Nao fomos de carro, fomos de tocarro, o que merece uma descricao:
Pensao voces, bem tocarros no Sudao deve ser ca um nojo faco ideia.
Mas nao.
Chega-se a um descampado que faz funcao tipo de terminal da Carreira e e-se puxado para varios lados por jovens histericos a proporem entrada para varios tipos de veiculos. Escolhe-se o veiculo e entra-se. E depois espera-se que o veiculo encha e arranque, o que nao demora muito.
La dentro: janelas cobertas com lindos panos e rendas semi-plastificadas em tons de roxo, radio a bombar musica arabe muito repetitiva que, dado o numero de "habibie" pronunciados, provavelmente bastante kitsch. Mais uma vez, eu e as meninas pre-puberes erams as unicas femeas sem veu.
Estar dentro do tocarro e um alivio porque e fresquinho. Para alem disso, o jovem que nos "recrutou" para o tocarro veio bater a nossa janela para nos oferecer duas garrafas de agua fresca! Olha, os 2000 dinars (8€) que pagamos para 100 Km de viagem incluem garrafas de agua!
Mal sabiamos nos, que durante a viagem, um moco passa pelos passageiros a distribuir agua e refrescos em garrafa a borla. Mais tarde passou a oferecer um bolo de chocolate em pacote. Isto depois do senhor passageiro atras de nos, ter comprado um pacote de bolachas a paragem num posto de policia, pelo caminho, e nos te-lo oferecido. Isto e a mim nao, que sou femea e eles nao falam com femeas, mas ao principe, considerado automaticamente "friend" do dito senhor.
Tivemos que sair do autocarro a meio caminho. Sabiamos que as piramides e que o hotel-tenda onde iamos ficar estavam no meio do deserto, mas nao esperavamos isto:

Depois foi encontrar o hotel-tenda, sobrevivendo ao assedio de dois miudos que por forca nos queriam levar ate as piramides de burro. E nos, mas queremos encontrar o hotel-tenda, e nao queremos gastar pela vossa viagem de burro o mesmo que nos custou a viagem no super tocarro desde Khartoum, tenham la paciencia...
Telefonamos ao italiano que gere o hotel-tenda e ele veio salvar-nos no seu Patrol.
Pousamos a nossa trouxa e decidimos caminhar ate as piramides para ver. Pelo caminho, pumba, la vem o razparta do miudo no burro outra vez. Eu ate ja estava a ficar com pena dele, a pensar, se calhar os 1000 dinars era um salario para a familia toda quando, qual nao e o meu espanto, o jovem recebe, do alto do seu burro, um sms no telemovel. E o telemovel dele e bem melhor que o meu devo dizer...
Por isso continuamos a andar.
A certa altura, outra interrupcao telefonica com a minha mae a ligar por causa de 30 € que fiquei a dever ao hospital em Bruxelas. E eu, no meio da areia, num fim de mundo, a perguntar se ela podia pagar-me a divida que daqui do Sudong e dificil:

Valeu a pena porque o que vimos foi isto:

Depois estavamos estafados de andar pelas dunas, entao sucumbimos a pressao nao do puto do burro, mas de dois jovens montados a camelo que por ali andavam. E voltamos para o hotel-tenda a camelo. Ainda nos cansou mais, que aquilo e desconfortavel, mas ficou a foto para a historia:
Vai dai, abalamos para o deserto para ver uns calhaus dispostos em piramide a 3h de carro para nordeste de Khartoum.
Nao fomos de carro, fomos de tocarro, o que merece uma descricao:
Pensao voces, bem tocarros no Sudao deve ser ca um nojo faco ideia.
Mas nao.
Chega-se a um descampado que faz funcao tipo de terminal da Carreira e e-se puxado para varios lados por jovens histericos a proporem entrada para varios tipos de veiculos. Escolhe-se o veiculo e entra-se. E depois espera-se que o veiculo encha e arranque, o que nao demora muito.
La dentro: janelas cobertas com lindos panos e rendas semi-plastificadas em tons de roxo, radio a bombar musica arabe muito repetitiva que, dado o numero de "habibie" pronunciados, provavelmente bastante kitsch. Mais uma vez, eu e as meninas pre-puberes erams as unicas femeas sem veu.
Estar dentro do tocarro e um alivio porque e fresquinho. Para alem disso, o jovem que nos "recrutou" para o tocarro veio bater a nossa janela para nos oferecer duas garrafas de agua fresca! Olha, os 2000 dinars (8€) que pagamos para 100 Km de viagem incluem garrafas de agua!
Mal sabiamos nos, que durante a viagem, um moco passa pelos passageiros a distribuir agua e refrescos em garrafa a borla. Mais tarde passou a oferecer um bolo de chocolate em pacote. Isto depois do senhor passageiro atras de nos, ter comprado um pacote de bolachas a paragem num posto de policia, pelo caminho, e nos te-lo oferecido. Isto e a mim nao, que sou femea e eles nao falam com femeas, mas ao principe, considerado automaticamente "friend" do dito senhor.
Tivemos que sair do autocarro a meio caminho. Sabiamos que as piramides e que o hotel-tenda onde iamos ficar estavam no meio do deserto, mas nao esperavamos isto:

Depois foi encontrar o hotel-tenda, sobrevivendo ao assedio de dois miudos que por forca nos queriam levar ate as piramides de burro. E nos, mas queremos encontrar o hotel-tenda, e nao queremos gastar pela vossa viagem de burro o mesmo que nos custou a viagem no super tocarro desde Khartoum, tenham la paciencia...
Telefonamos ao italiano que gere o hotel-tenda e ele veio salvar-nos no seu Patrol.
Pousamos a nossa trouxa e decidimos caminhar ate as piramides para ver. Pelo caminho, pumba, la vem o razparta do miudo no burro outra vez. Eu ate ja estava a ficar com pena dele, a pensar, se calhar os 1000 dinars era um salario para a familia toda quando, qual nao e o meu espanto, o jovem recebe, do alto do seu burro, um sms no telemovel. E o telemovel dele e bem melhor que o meu devo dizer...
Por isso continuamos a andar.
A certa altura, outra interrupcao telefonica com a minha mae a ligar por causa de 30 € que fiquei a dever ao hospital em Bruxelas. E eu, no meio da areia, num fim de mundo, a perguntar se ela podia pagar-me a divida que daqui do Sudong e dificil:

Valeu a pena porque o que vimos foi isto:

Depois estavamos estafados de andar pelas dunas, entao sucumbimos a pressao nao do puto do burro, mas de dois jovens montados a camelo que por ali andavam. E voltamos para o hotel-tenda a camelo. Ainda nos cansou mais, que aquilo e desconfortavel, mas ficou a foto para a historia:

Sexta-feira insolita
Na Sexta-feira passada fomos a Omdurman, que e uma cidade colada a Khartoum para Norte.
Vimos camelos do Darfur, depois do chauffeur do taxi ter percebido que o que queriamos era ver os "beeeeuuuuuueeee", como ele disse.
E nos, sim esses mesmos:

Depois fomos para um cemiterio para assistir ao agrupamento de Sufis, que e uma vertente mistica do Islao, a dancar umas dancas estranhas. E impressionante a atmosfera! Um Anciao disse-nos que iamos ter 3 filhos, dois rapazes e uma rapariga. Ao que parece, os Sufis dao na adivinhacao. Disse-nos tambem que o pais dele - Sudao - era a partir de agora o nosso pais tambem. Um encontro simpatico. Tinham-nos dito que os Sufis dancavam tipo loucos a girar em transe. Mas nao aconteceu nada de tudo isso... So se balancaram para a frente e para tras, mas a musica era digna de um transe.

Bebemos cha com o Sr. Taxista por cima de campas debaixo de uma tempestade de areia que me esgravatou os olhos:

Depois o senhor do Taxi tinha que voltar para Khartoum, entao olha nao pudemos ficar mais tempo.
Tenho que la voltar.
Vimos camelos do Darfur, depois do chauffeur do taxi ter percebido que o que queriamos era ver os "beeeeuuuuuueeee", como ele disse.
E nos, sim esses mesmos:

Depois fomos para um cemiterio para assistir ao agrupamento de Sufis, que e uma vertente mistica do Islao, a dancar umas dancas estranhas. E impressionante a atmosfera! Um Anciao disse-nos que iamos ter 3 filhos, dois rapazes e uma rapariga. Ao que parece, os Sufis dao na adivinhacao. Disse-nos tambem que o pais dele - Sudao - era a partir de agora o nosso pais tambem. Um encontro simpatico. Tinham-nos dito que os Sufis dancavam tipo loucos a girar em transe. Mas nao aconteceu nada de tudo isso... So se balancaram para a frente e para tras, mas a musica era digna de um transe.

Bebemos cha com o Sr. Taxista por cima de campas debaixo de uma tempestade de areia que me esgravatou os olhos:

Depois o senhor do Taxi tinha que voltar para Khartoum, entao olha nao pudemos ficar mais tempo.
Tenho que la voltar.
Novo recruta no mundo humanitario
Esta confirmado:
O meu Principe, o meu futuro marido, vai num futuro muito proximo comecar uma carreira vitalicia nas Nacoes Unidas, no escritorio de Coordinacao da Accao Humanitaria!!!!
Foi 1 ano e meio de processo de recrutamento, que era para ele, que ja esta na casa dos 30 nao e verdade, a ultima oportunidade de se candidatar ao concurso para funcionarios da ONU.
Hamdulillah acabou tudo bem!
Agora e so uma questao de tempo ate lhe proporem um contrato. No entretanto, vai trabalhando para a cooperacao alema.
Ai que rico partido que eu arranjei!
Coisas que gosto em Khartoum:
- o som do apelo a reza das mesquitas;
- o cheiro das arvores em frente a minha casa;
- os autocarros: param em qualquer lado, nao ha paragens. Para se sair e assim: estala-se os dedos para o Sr. Pica; o Sr. pica faz "csss csss" para o Sr. condutor e o Sr. condutor para e abre a porta.
- os cantaros de barro cheios de agua em frente a cada casa, a disposicao de quem passa, para beber ou para as ablucoes pre-reza;

- a maneira como o transito caotico escoa facilmente;
- a rapidez dos rickshaws (moto-taxis);

- o facto de todos os condutores de rickshaw conhecerem o Figo e o Pauleta (no outro disse-me o Jose, da Etiopia, que me conduziu a casa, que o Figo agora joga em Italia. E verdade?);
- o miudo mais novo da familia que vive no res-do-chao da minha casa, cuja energia fisica e vocal nunca se despende;
- o Suliman que arranja o cafe e o cha, e que lava os tupperwares do meu almoco na Delegacao que se desloca a arrastar os pes muito depressa;
- O Walid, que conduz um carro da cruz vermelha com oculos de sol Ray Ban, a ouvir Destiny's Child
- o senhor da venda de legumes na esquina da minha rua.
Coisas que nao gosto em Khartoum:
- os taxistas
- o po
- o tanque de agua da minha casa que esta sempre encalhado
- o preco exorbitante do cafe
- o preco exorbitante das rendas
- nao poder andar de perna ao leu
- o senhor da venda de frutas na esquina da minha rua.
- o som do apelo a reza das mesquitas;
- o cheiro das arvores em frente a minha casa;
- os autocarros: param em qualquer lado, nao ha paragens. Para se sair e assim: estala-se os dedos para o Sr. Pica; o Sr. pica faz "csss csss" para o Sr. condutor e o Sr. condutor para e abre a porta.
- os cantaros de barro cheios de agua em frente a cada casa, a disposicao de quem passa, para beber ou para as ablucoes pre-reza;

- a maneira como o transito caotico escoa facilmente;
- a rapidez dos rickshaws (moto-taxis);

- o facto de todos os condutores de rickshaw conhecerem o Figo e o Pauleta (no outro disse-me o Jose, da Etiopia, que me conduziu a casa, que o Figo agora joga em Italia. E verdade?);
- o miudo mais novo da familia que vive no res-do-chao da minha casa, cuja energia fisica e vocal nunca se despende;
- o Suliman que arranja o cafe e o cha, e que lava os tupperwares do meu almoco na Delegacao que se desloca a arrastar os pes muito depressa;
- O Walid, que conduz um carro da cruz vermelha com oculos de sol Ray Ban, a ouvir Destiny's Child
- o senhor da venda de legumes na esquina da minha rua.
Coisas que nao gosto em Khartoum:
- os taxistas
- o po
- o tanque de agua da minha casa que esta sempre encalhado
- o preco exorbitante do cafe
- o preco exorbitante das rendas
- nao poder andar de perna ao leu
- o senhor da venda de frutas na esquina da minha rua.
Atmosfera em Khartoum

10.000 pessoas marcharam pelas ruas de Khartoum ontem a protestar contra a possivel transformacao da Missao da Uniao Africana no Darfur numa Missao das Nacoes Unidas (capacetes azuis).
O que e o Darfur?
O conflito no Darfur (Oeste do Sudao) subiu de escala em 2003, com a formacao de 2 grupos rebeldes (um de inspiracao islamica outro nao) que pegaram em armas para combater a excessiva centralizacao de poder dos dirigentes de Khartoum.
Khartoum respondeu apoiando milicias arabes armadas, deslocando-se a cavalo ou em jipes, para atacar rebeldes e civis. Sao os chamados janjaweed ("diabos a cavalo"). Os ataques desenrolavam-se muitas vezes logo a seguir a raides aereos das forcas governamentais, que preparavam o terreno.
Nao e uma guerra de independencia, como entre o Sul e o Norte. Nao e tao pouco um conflito inter-religioso, sendo que grande parte da populacao do Darfur e muculmana.
E um conflito relacionado com representatividade e reparticao de riquezas entre centro e periferia com um pano de fundo racista arabes vs. negros (O Sudao foi durante seculos uma plataforma de trafico de escravos - negros - e o negocio era liderado pos Arabes).
Em Abril de 2004 foi assinado um cessar-fogo entre rebeldes e forcas governamentais e centenas de soldados de varios paises Africanos foram mandados para o Darfur sob o comando da Uniao Africana. O mandato destas tropas e a supervisao do cessar-fogo enquanto ciclos consecutivos de negociacoes de paz se vao desenrolando na Nigeria (Abuja).
A violencia no entanto nao parou, sobretudo com a aparicao de divisoes internas nos grupos rebeldes. Ataques contra civis continuam a acontecer por parte dos rebeldes, das forcas governamentais, dos janjaweed, e da propria policia e a populacao vive aterrorizada. Milhares de pessoas comecaram a atravessar a fronteira do Tchade e o Tchade nao esta nada contente. As principais vitimas sao mulheres, porque grande parte da violencia no Darfur e de caracter sexual.
Porque capacetes azuis?
E a primeira vez que a Uniao Africana se implica numa accao desta envergadura, e as capacidades financeiras e operacionais desta organizacao sao limitadas.
Dai a ideia de transferir o comando das tropas para as Nacoes Unidas, que tem mais experiencia e mais recursos para tal operacao. Os soldados seriam os mesmos, Africanos, so que vestidos com uniformes com o logo da ONU.
Mas o governo (inlcuindo os ministros oriundos do Sul, que combateram uma guerra civil contra as autoridades centrais de Khartoum durante 30 anos) esta contra, por achar que e uma ingerencia nos assuntos internos do Sudao.
E agora Senhoras e Senhores: um rol de absurdidades e desenvolvimentos perigosos:
- assimilacao das Nacoes Unidas aos Estados Unidos (embora os EUA tenham dito que nem mortos contribuiriam com tropas para uma missao da ONU no Darfur)
- assimilacao do Sudao ao Iraque (uma missao das Nacoes Unidas deste tipo implica o acordo do Sudao, por isso nunca seria uma invasao)
- ameacas de morte ao representante da ONU no Sudao
- apelos a Jihad contra todos os interesses Ocidentais
Tudo isto e instigado pelo governo. A manifestacao de ontem foi adiada tres vezes, porque o governo precisou de algum tempo para requisitar camioes e autocarros para transportar "manifestantes" para o centro de Khartoum.
Vai dai, o Sudao esta indubitavelmente no bom caminho:
Com efeito, estas manifestacoes ocorre num pais que:
1) e o maior beneficiario de ajuda humanitaria e de ajuda ao desenvolvimento do mundo e que depende dessa ajuda para construir infrastruturas basicas e comecar a retirar beneficios do petroleo que tem.
2) acabou, no entanto, de adoptar uma lei que obriga todas as ONGs a pedirem autorizacao ao governo antes de receberem quaisquer fundos, especialmente se forem fundos estrangeiros.
3) daqui a 5 anos sera dividido em 2, por causa do referendo que se realizara no Sul.
4) tem uma superficie gigantesca, com varias regioes perifericas para alem do Darfur que se sentem igualmente excluidas, por exemplo a zona Este, na fronteira com a Etiopia e a Eritreia.
Zona de onde o governo acabou de expulsar as duas unicas ONGs que la trabalhavam, gracas as quais cerca de 50.000 pessoas tinham acesso a agua, alimentos e medicamentos.
Estamos portanto todos optimistas.
Ali Farka Toure
Morreu o homem do blues Maliano, que tanto tem embalado as nossas noites em Khartoum.
http://mali-music.com/Cat/CatA/AFT/AFTBioA.htm
http://mali-music.com/Cat/CatA/AFT/AFTBioA.htm
Para quando um novo Primeiro Dia?
A principio e simples...
fico entusiasmada porque vou para longe, ando que nem durmo, so falo disso chateio o miolo ao interlocutor.
Chego e ando na excitacao total por ter conseguido apanhar um rickshaw sem me perder e por ter negociado o preco do kilo de tomate ao senhor ali da venda.
Comeco a conhecer os colegas, a ler montes de coisas, comeco a ir a reunioes, a fazer telefonemas, a redigir umas coisas.
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo...
chega uma fase de acalmia e percebo que tudo o que ando a fazer e aquilo que vem a cabeca de fazer, nao algo que o escritorio precise. Para eles tanto se lhes da. Ficam muito agradecidos com qualquer iniciativa, mas se ela nao vier tambem nao faz mal. Ainda para mais, houve uma reorganizacao aqui e o meu novo chefe acha que "os direitos humanos ocupam demasiado lugar na Seccao Politica". Que e onde me puseram. De maneira que ando para aqui sem nenhum incentivo, a fazer coisas ad-hoc.
Diz-se do passado que esta moribundo....
Bonito. 6 anos a estudar e uma divida ao banco para isto.
O que quer dizer que estou pronta para sair daqui assim que aparecer outra oportunidade onde:
1) nao seja estagiaria
2) os direitos humanos nao sejam uma questao marginal
3) me usem para alguma coisa que faca sentido
Porque aqui:
Estou a perder tempo.
Por isso:
Accionei a minha rede de contactos
E agora:
E cruzar os dedos, para que amanha ou depois de amanha ou depois de depois de amanha ou qualquer dia proximo seja o primeiro dia do resto da minha vida.
fico entusiasmada porque vou para longe, ando que nem durmo, so falo disso chateio o miolo ao interlocutor.
Chego e ando na excitacao total por ter conseguido apanhar um rickshaw sem me perder e por ter negociado o preco do kilo de tomate ao senhor ali da venda.
Comeco a conhecer os colegas, a ler montes de coisas, comeco a ir a reunioes, a fazer telefonemas, a redigir umas coisas.
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo...
chega uma fase de acalmia e percebo que tudo o que ando a fazer e aquilo que vem a cabeca de fazer, nao algo que o escritorio precise. Para eles tanto se lhes da. Ficam muito agradecidos com qualquer iniciativa, mas se ela nao vier tambem nao faz mal. Ainda para mais, houve uma reorganizacao aqui e o meu novo chefe acha que "os direitos humanos ocupam demasiado lugar na Seccao Politica". Que e onde me puseram. De maneira que ando para aqui sem nenhum incentivo, a fazer coisas ad-hoc.
Diz-se do passado que esta moribundo....
Bonito. 6 anos a estudar e uma divida ao banco para isto.
O que quer dizer que estou pronta para sair daqui assim que aparecer outra oportunidade onde:
1) nao seja estagiaria
2) os direitos humanos nao sejam uma questao marginal
3) me usem para alguma coisa que faca sentido
Porque aqui:
Estou a perder tempo.
Por isso:
Accionei a minha rede de contactos
E agora:
E cruzar os dedos, para que amanha ou depois de amanha ou depois de depois de amanha ou qualquer dia proximo seja o primeiro dia do resto da minha vida.
O Nilo

Este fim de semana fizemos um passeio no Nilo, num barco-rectangulo, com mais gente da Delegacong. Disseram-nos que havia um DJ a bordo. Mas o DJ a bordo so passava Rod Stewart em versao Pan Pipe (sabem aquelas flautas lindas e melodiosas, tocadas as vezes por indios sulamericanos nas ruas da Baixa? Sao essas mesmo).
Mas ao longo do caminho, o que vimos foi isto. Mesquitas e mais mesquitas (aquela torre ali e uma), casas de lama mais casas de lama. O que nao se ve e o cheiro intenso de lixo queimado. Os locais passam o dia a queimar lixo dentro daquelas casas de lama. Minha nossa senhora.
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